O estado de Rondônia apresentou uma queda de 47% nos casos de malária durante o primeiro quadrimestre de 2025, em relação ao mesmo período de 2024. Os dados, fornecidos pela Coordenação Estadual de Malária da Agevisa/RO, foram divulgados pelo Malariômetro, uma ferramenta de monitoramento. Entre janeiro e abril de 2025, foram registrados 1.474 casos, enquanto no ano anterior foram 2.786. Essa tendência de redução já havia sido observada anualmente, com uma diminuição de 34% entre 2023 e 2024.
Além disso, Rondônia realizou 24.449 testes para diagnóstico de malária, incluindo 2.700 em gestantes, com 16 resultados positivos para Plasmodium vivax. Nos municípios onde o protocolo da tafenoquina foi implementado, o teste da enzima G6PD tem sido intensamente aplicado. Em Porto Velho, foram feitos 760 testes, resultando em 430 tratamentos com tafenoquina, enquanto em Candeias do Jamari, 133 testes resultaram em 98 tratamentos iniciados.
O diretor-geral da Agevisa/RO, Gilvander Gregório de Lima, ressaltou que os avanços nas ações de combate à malária são fruto do comprometimento do governo de Rondônia, que assegurou vigilância ativa, diagnóstico oportuno e a adoção de estratégias terapêuticas inovadoras. “A introdução da tafenoquina — que permite o tratamento da malária vivax em apenas três dias — é um marco importante, reduzindo consideravelmente o tempo em comparação com o regime tradicional de sete dias com primaquina,” afirmou.
CAPACITAÇÃO
Após o primeiro dia de capacitação para a implementação da tafenoquina e o uso do teste de G6PD no tratamento da Malária Vivax em Itapuã do Oeste, a equipe da Agevisa/RO seguiu para Machadinho d’Oeste, que sediou na terça-feira (20) o segundo dia do treinamento, reunindo cerca de 130 profissionais de saúde. Estiveram presentes médicos, enfermeiros, bioquímicos, agentes comunitários de saúde e representantes dos municípios de Cujubim e Vale do Anari, que fazem parte da expansão do novo protocolo de tratamento da malária.
Valdir França Soares, coordenador estadual da malária na Agevisa/RO, enfatizou que a capacitação reflete o empenho técnico da Agência, em parceria com o Ministério da Saúde, para promover o uso eficaz e seguro da nova terapia. “Estamos trabalhando desde 2024 para ampliar o acesso ao tratamento com tafenoquina, demonstrando nosso compromisso com a eliminação da malária em Rondônia, especialmente nas áreas com maior incidência da doença,” afirmou.
A médica do Cepem, Mariana Vasconcelos, conduziu uma palestra técnica via videoconferência, ressaltando que a tafenoquina é uma medicação com eficácia comprovada em estudos realizados nos últimos três anos em Porto Velho e Manaus. A aplicação do medicamento deve ser feita apenas após a realização do teste de G6PD, cujo resultado é rápido e essencial para segurança do paciente.
A eficácia do novo tratamento depende da realização prévia do teste de G6PD, que identifica pacientes com deficiência da enzima, os quais não podem utilizar a tafenoquina devido ao risco de hemólise. Willis Almeida Damasceno, técnico da Agevisa, explicou que o Ministério da Saúde fornece ao estado o biossensor, as fitas para o teste e o medicamento, enquanto a Agevisa se encarrega da distribuição para as unidades notificantes de malária nos municípios.
OFICINA G6PD
Durante as oficinas práticas, Tarjana Bezerra Pinto, técnica da Agevisa/RO, auxiliou os participantes no manuseio do equipamento G6PD e orientou sobre o fluxo adequado de testagem e tratamento, em colaboração com a equipe técnica do Ministério da Saúde.

As capacitações continuam nesta quarta-feira (21) em Ariquemes, com a participação de profissionais de Monte Negro, Campo Novo de Rondônia, Cacaulândia, Buritis e Rio Crespo.
O treinamento estadual conta com apoio do Ministério da Saúde, representado por Daniela Pires (SVSA) e Ana Liane (SETICS), além da presença de autoridades locais, como o secretário adjunto de saúde, Lourival José Pereira, e o coordenador de Endemias, Jorge Rosa. Também participou do evento Pedro Magalhães, gerente da Gerência Técnica em Saúde Ambiental (GTVAM) da Agevisa.
Estiveram presentes Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combate às Endemias (ACE) e apoiadores municipais do projeto da Fiotec/Fiocruz/MS, dos municípios de Porto Velho e Candeias do Jamari, contribuindo na mobilização e fortalecimento da rede de atenção local.
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