No período de agosto de 2023 a julho de 2024, o Brasil registrou 396.629 falhas na assistência à saúde. Os dados foram coletados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), com informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entre os incidentes mais graves, destacam-se a administração errada de medicamentos—seja por dosagem ou tipo incorretos—e a realização de cirurgias em locais inadequados do corpo dos pacientes. Além disso, há registros de lesões por pressão, que podem ser classificadas em três tipos: contusões (lesões nos tecidos moles devido a traumas), entorses (alongamento dos ligamentos) e luxações, que são as mais críticas e ocorrem quando há deslocamento de um osso na articulação. Esses dados ressaltam a gravidade das falhas no sistema de saúde brasileiro e o risco que representam para a segurança dos pacientes.
No estado de Rondônia, foram relatados 5.983 incidentes, com a falha na identificação do paciente sendo a mais prevalente, totalizando 2.775 ocorrências. Lesões por pressão, que se referem a feridas localizadas em áreas como costas, quadris, calcanhares e cotovelos, também se destacam. Confira a tabela abaixo. Existem várias medidas que podem ser adotadas para minimizar esses erros e até prevenir óbitos. Uma dessas medidas é a implementação de processos de acreditação, que permitem que instituições adotem protocolos de segurança mais rigorosos em prol da proteção dos pacientes.
Recentemente, a ONA realizou uma pesquisa em cerca de 100 instituições de saúde para avaliar a diminuição de falhas após a adoção de medidas de segurança. “Mais de 30% dos entrevistados relataram que as falhas na administração de medicamentos caíram em 51%; os erros na identificação de pacientes diminuíram 52%; as infecções hospitalares foram reduzidas em 42%; as falhas na prescrição de medicamentos baixaram 35%; e os problemas de comunicação tiveram uma redução de 37%. Além disso, houve uma queda de 33% nas quedas de pacientes nos leitos e de 45% tanto nas falhas de esterilização de materiais quanto na manutenção preventiva dos equipamentos,” destaca Gilvane Lolato, gerente de Operações da ONA.
“A obtenção da acreditação é um processo desafiador que requer comprometimento, disciplina e uma profunda mudança cultural nas organizações. Além de aumentar a segurança nos atendimentos médicos e na realização de exames e diagnósticos, a acreditação proporciona maior precisão e confiança para pacientes e profissionais de saúde, minimizando riscos e reduzindo falhas operacionais,” acrescenta Gilvane.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que anualmente ocorram cerca de 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda, resultando em aproximadamente 2,6 milhões de mortes.
A realidade da acreditação no Brasil – Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2.030 possuem acreditação por metodologias nacionais ou internacionais. A ONA detém 72,1% do mercado de acreditação, somando mais de 2.030 organizações acreditadas—dentro das quais 68,4% são de gestão privada, 22,2% de gestão pública, 8,3% de gestão filantrópica e 0,1% de gestão militar.
No estado de Rondônia, existem duas instituições com acreditação. Veja mais no link a seguir:
Em total, Rondônia notificou 5.983 incidentes. Veja mais detalhes no relatório da Anvisa:
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