Rio Madeira está perto da cota de inundação em Rondônia – 08/04/2025 – Ambiente

O rio Madeira, que é o maior afluente do Amazonas, está próximo do nível de inundação, estabelecido em 17 metros. De acordo com a Prefeitura de Porto Velho (RO), o rio atingiu 16,71 metros na última segunda-feira (7), um patamar que pode causar danos significativos às comunidades ribeirinhas, afetadas desde que o nível ultrapassou 16 metros em março.

As informações são monitoradas por uma sala de situação criada pela prefeitura, utilizando dados da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e do Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia).

A Defesa Civil de Porto Velho está implementando ações para mitigar os impactos das cheias. Em colaboração com as Forças Armadas e o Governo do Estado, são distribuídos itens como água potável, cestas básicas, hipoclorito e kits de higiene pessoal. Além disso, estão sendo realizados resgates de famílias e atendimentos humanitários nas áreas mais afetadas.

Esta elevação do nível do rio impacta mais de 10 mil pessoas na capital, especialmente na região do baixo Madeira.

Comunidades como Ressaca, Maravilha 1 e 2, Vila Nova e Calama estão enfrentando dificuldades de acesso, além de perdas de bens e moradias.

A Defesa Civil recomenda que os residentes das áreas alagadas evitem caminhar por locais inundados, a fim de prevenir encontros com animais peçonhentos e jacarés, que devido à alteração no fluxo do rio, têm se deslocado para as comunidades.

Outra orientação é evitar o consumo direto da água do rio, pois há risco de contaminação; o ideal é ingerir água fervida ou mineral.

A Marinha enviou um navio para a região, com a finalidade de prestar assistência à população afetada pela cheia. O navio hospitalar “Soares de Meirelles” oferece serviços de saúde, como consultas médicas, atendimentos odontológicos, farmácia e radiologia, às comunidades ribeirinhas isoladas.

Essa cheia no Madeira acontece sete meses após o rio ter registrado um nível histórico de seca em Porto Velho. Medidas do SGB (Serviço Geológico do Brasil) revelam que em setembro de 2024, a cota do rio foi de 1,02 metro, superando o recorde anterior de 1,10 metros em 2023, durante um ano de seca extrema na Amazônia ocidental.