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O barco teve dificuldade para chegar às margens de Ressaca e Papagaios. Devido ao nível elevado do Rio Madeira e a instabilidade do solo, ancorar próximo à terra se tornou arriscado. Assim, o barco permaneceu afastado, enquanto canoas foram se aproximando com pessoas em busca de atendimento.
As “voadeiras”, pequenos barcos utilizados pelos ribeirinhos, se acumularam e formaram um trânsito de canoas, aguardando a conclusão dos serviços. O esforço para embarcar no barco da Justiça simboliza a luta diária dos ribeirinhos por acesso a direitos básicos, muitas vezes fora de alcance.
Como todo atendimento ocorre a bordo, o espaço se torna restrito, mas isso não atrapalha o empenho da equipe dedicada em atender as necessidades das comunidades. Foram realizados 271 atendimentos em Ressaca e 390 em Papagaios, a maioria focada na emissão de documentos de identidade. Muitos aproveitam para acessar mais de um serviço, como o casal Manoel Marque Laborda e Ângela Maria Ramos Vieira, que após 33 anos juntos, se casaram com o auxílio da Justiça. “É o sonho de todos, né?” disse Ângela, emocionada com a certidão nas mãos.
Tereza Gomes Ramos, residente da Ilha de Assunção, iniciou seu atendimento em Ressaca, onde atualizou seu registro de nascimento. Depois, retornou a Demarcação para fazer RG, CPF e título de eleitor. “Fomos muito afetados pela enchente; minha roça alagou e parte da minha casa ficou submersa,” contou a agricultora, que perdeu a colheita de mandioca e banana. Ela também recebeu uma cesta básica. “Chegou em boa hora, sou muito grata. Fui muito bem recebida pela equipe,” finalizou.
Carlos Magno Souza, que assistiu Tereza, destacou a rapidez com que foi feito o registro dela. “Se tivéssemos que ir a Porto Velho, levaria muito mais tempo e custaria mais. Aqui, ela saiu com todos os documentos e plena cidadania. É gratificante poder ajudar essas pessoas,” refletiu.
Em ambas as localidades, foram distribuídas cestas básicas, fardos de água mineral e até ração para cães, que também estão enfrentando a enchente.
Alagamentos
A equipe psicossocial aproveitou a oportunidade para visitar as casas dos ribeirinhos, divulgando programas do Tribunal de Justiça e acolhendo situações geradas pela enchente.
No lar de Emiliana Ramos de Souza, 64 anos, que sempre viveu em Ressaca, a agricultora aposentada relatou que a enchente devastou toda a plantação de banana da comunidade. “Não dá pra fazer farinha, a roça foi alagada. Só no próximo ano vamos plantar novamente,” disse, mostrando onde a água alcançou sua casa, acima do assoalho.
Durante as visitas, a equipe psicossocial encontrou situações que já se tornaram processos, incluindo pedidos de medidas protetivas e denúncias de abuso sexual contra uma criança. “Nosso trabalho é orientar e informar sobre o andamento e os próximos passos dos processos, por isso coletamos informações importantes,” explicou a psicóloga do TJRO, Ana Paula Fróes Camurça.
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