Por Rondoniadinamica
Publicada em 19/04/2025 às 10h02
Porto Velho, RO – A pesquisa de opinião conduzida pelo Instituto Paraná em Rondônia, entre os dias 9 e 13 de abril de 2025, agitou os bastidores políticos da região. O levantamento, que avaliou as intenções de voto para o Governo e o Senado, tanto de forma espontânea quanto estimulada, trouxe dados surpreendentes, incluindo a ausência de nomes esperados e a presença de figuras inelegíveis, além de reacender disputas internas nas siglas políticas.
No cenário espontâneo para o Governo de Rondônia, onde os entrevistados podem opinar livremente, Marcos Rocha (União Brasil) lidera com 5,6% das intenções de voto, seguido por Marcos Rogério (PL) com 3,7% e Ivo Cassol (PP) com 2,8%. Fernando Máximo (União Brasil) soma 1,4% e, apesar de ser lembrado espontaneamente, não foi incluído nos cenários estimulados da pesquisa — onde os eleitores escolhem a partir de uma lista de pré-candidatos.
A ausência de Máximo nos cenários sugeridos gerou questionamentos, especialmente entre seus apoiadores. Da mesma forma, o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB), pré-candidato ao Governo, não foi mencionado em nenhum dos cenários da pesquisa, o que levantou preocupações. Essas exclusões indicam uma desconexão entre o levantamento e o estágio atual das articulações eleitorais.
Nos cenários estimulados, Marcos Rogério lidera com até 32% das intenções de voto, dependendo da combinação analisada. Ivo Cassol aparece em segundo lugar no primeiro recorte estimulado — como no cenário em que Rogério tem 31% e Cassol 26,2% — e lidera os demais cenários. Contudo, Cassol é inelegível, o que significa que seu nome, apesar de estar nas listas, não pode ser confirmado nas urnas a menos que sua situação jurídica seja revertida. A posição dele nos números revela sua força eleitoral residual, mas também levanta questões sobre sua viabilidade como candidato ao Governo do Estado.
Com a inelegibilidade de Cassol, o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), desponta como um forte candidato em ascensão. Ele seria o segundo colocado natural no cenário 1 da pesquisa estimulada, atrás de Marcos Rogério; no cenário 2, se tornaria o líder isolado; e no cenário 3, também lideraria entre os candidatos elegíveis. Esses dados solidificam Fúria como um protagonista na sucessão estadual, caso a inelegibilidade de Cassol se mantenha. É importante considerar que isso não leva em conta quem poderia herdar os votos de Ivo.
Portanto, caso Cassol continue inelegível, o rearranjo dos seus votos será crucial na dinâmica eleitoral. Um vazio representando cerca de um quarto do eleitorado precisará ser preenchido, o que pode transformar significativamente o rumo da disputa.
A pesquisa também reativou especulações sobre as estratégias de Marcos Rogério e Marcos Rocha. Se Rogério, actualmente na liderança, decidir concorrer ao Governo, abriria espaço para Rocha, que poderia assumir a primeira vaga ao Senado. Nesse caso, Mariana Carvalho (União Brasil) surgiria como a segunda opção, com 23,2% das intenções no levantamento estimulado, seguida de Sílvia Cristina (PL), com 17,4%, uma das deputadas federais mais atuantes da bancada rondoniense.
Outro destaque foi o desempenho de Bruno “Bolsonaro” Scheid, que atingiu 14% das menções ao Senado, em grande parte por ter sido citado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em um podcast como sua preferência para a vaga em Rondônia. O resultado demonstra o impacto direto da influência bolsonarista na região.
Com todos esses elementos em jogo, o cenário político em Rondônia para 2026 começa a se delinear. A pesquisa do Paraná Pesquisas atuou como um catalisador para discussões públicas e movimentou importantes peças do tabuleiro político. O jogo já começou — e os próximos meses prometem ser de intensa movimentação política.
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