Deputado denuncia suposta armação policial na Casa Civil do Governo de Rondônia contra ele | Tudo Rondônia

PORTO VELHO (RO) – O deputado estadual Marcelo Cruz apresentou uma representação ao Ministério Público de Rondônia (MPRO) com alegações graves sobre o possível uso da estrutura da Casa Civil do Governo do Estado para fins políticos, incluindo vazamento de informações confidenciais, ameaças veladas e desvio de função por parte de servidores públicos.

No documento, Cruz menciona que no dia 10 de junho de 2025, um delegado da Polícia Civil, chamado Marcos Correia, lotado na Casa Civil, entrou em contato inesperado com uma de suas assessoras através de uma mensagem com autodestruição. Essa atitude causou desconfiança no gabinete, especialmente após o delegado enviar uma mensagem ao chefe de gabinete de Cruz, informando “já resolvido”, sem prestar mais esclarecimentos.

No dia seguinte, o chefe de gabinete recebeu uma ligação anônima que alertava: “Avise ao deputado Marcelo Cruz para ter cuidado no aeroporto”, o que, segundo Cruz, pode ser interpretado como uma ameaça à sua segurança pessoal e liberdade.

Adicionalmente, Cruz relata que foi abordado pelo deputado estadual Ribeiro do Simpol, que sugeriu a possível autorização de uma operação judicial contra ele, programada para o dia 5 de junho de 2025, mas que foi suspensa por motivos desconhecidos. O deputado mencionado é um policial civil de carreira.

Cruz acredita que os fatos indicam a possibilidade de crimes, incluindo violação de sigilo funcional (art. 325 do Código Penal), ameaça (art. 147), coação (art. 344), abuso de autoridade (Lei nº 13.869/2019) e associação criminosa (art. 288).

Entre suas solicitações ao Ministério Público, Cruz pede a abertura de uma sindicância administrativa, a possível formalização de uma notícia-crime, informações do Tribunal de Justiça de Rondônia sobre quaisquer procedimentos sigilosos envolvendo seu nome e a busca e apreensão do celular do delegado Marcos Correia para preservar as evidências.

A denúncia surge em um contexto de mudanças na liderança da Polícia Civil do Estado, com a substituição do delegado Samir Fouad Abboid, que estava no cargo há 11 anos, por Jeremias Mendes de Souza, o que, segundo o deputado, intensifica a instabilidade institucional.

Cruz reafirma que sua ação visa proteger a legalidade e a ordem democrática, ressaltando que não se trata de uma tentativa de obstruir investigações legítimas, desde que respeitado o devido processo legal.