Após intervenção do MPF, jornal esclarece notícia sobre comunidade indígena Guarasugwe em Rondônia | Tudo Rondônia

Após questionamentos do Ministério Público Federal (MPF), o jornal Extra de Rondônia lançou uma nota de esclarecimento sobre a comunidade indígena Guarasugwe, que foi alvo de informações consideradas falsas e prejudiciais. A situação está sendo investigada pelo MPF em resposta a uma denúncia formal apresentada pela própria comunidade Yakarerupa Mokwei, de Pimenteiras do Oeste (RO).

Os indígenas relataram ao MPF que foram “brutalmente atacados nas redes sociais” pelo jornal, que publicou no Instagram, em 22 de março de 2025, um vídeo com informações que, segundo eles, incentivavam o ódio da população local em relação ao povo Guarasugwe. A publicação fazia referência a uma suposta “invasão por ribeirinhos” em uma área claramente destinada à reserva indígena, sinalizada por uma placa da Funai. Sentindo-se injustamente rotulados como “invasores”, os Guarasugwe pediram ao MPF que tomasse medidas contra o jornal e exigisse um pedido público de desculpas.

Com base na denúncia, o MPF iniciou uma investigação e enviou ofícios ao Extra de Rondônia solicitando informações e ações reparatórias.

Como resultado, em 15 de maio, o Extra de Rondônia divulgou uma nota de esclarecimento em seu perfil no Instagram, na qual afirmou que o vídeo mencionado, que mostrava uma suposta ocupação para “ribeirinhos” em área da Polícia Federal, ficou disponível por apenas cinco minutos antes de ser retirado. No comunicado, o jornal reconheceu que a área pertencia à comunidade indígena de Pimenteiras do Oeste, resultado de uma doação da Secretaria de Patrimônio da União, mediada pelo MPF. Além disso, afirmou que não havia ocupantes ou invasores na região, destacando que não teve a intenção de ofender ou prejudicar a comunidade Guarasugwe, reiterando seu respeito pelos valores e patrimônio imaterial do grupo, em conformidade com a Constituição Federal.

Atuação do MPF – O primeiro ofício ao jornal foi enviado em abril, solicitando informações sobre as medidas adotadas para verificar a veracidade dos fatos antes da publicação, potenciais reparações aos danos causados à comunidade indígena e o envio do vídeo original.

No mês seguinte, o MPF redigiu um novo ofício ao jornal, aprofundando as perguntas e pedindo novas manifestações. O documento citou jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que estabelece que a imprensa deve agir com veracidade, pertinência e cuidado, sob pena de responsabilização por ofensa à personalidade. O MPF também pediu que o jornal se retratasse publicamente, de acordo com o direito constitucional de resposta proporcional ao agravo.