Uma publicação no Instagram, que continha informações sobre uma investigação do secretário ambiental de Rondônia, foi removida no Brasil. O veículo não foi mencionado nem teve acesso ao processo judicial relacionado.
O Instagram retirou do ar uma postagem da InfoAmazonia que abordava uma investigação jornalística sobre Gilmar Oliveira de Souza, secretário-adjunto de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia. A remoção foi baseada em um processo na 4ª Vara Cível de Porto Velho (RO), mas a InfoAmazonia não foi citada nem intimada. A plataforma informou à organização sobre a exclusão do conteúdo em 5 de setembro, alegando uma ordem judicial.
O post removido apresentava os principais pontos da reportagem intitulada “Secretário ambiental de Rondônia intermediou venda de área em unidade de conservação para sua esposa”, que foi publicada em 16 de junho de 2025. A investigação revelou que o secretário-adjunto atuou na venda de um imóvel de 47 mil hectares dentro da Reserva Extrativista Rio Cautário à sua esposa. O caso também envolve uma segunda propriedade sobreposta à mesma área, indícios de fraudes em documentos identificados por autoridades públicas e suspeitas de uma das maiores áreas de grilagem dentro de uma unidade de conservação na Amazônia.
Stefano Wrobleski, diretor executivo da InfoAmazonia, considera a ação uma tentativa de censura ao conteúdo jornalístico de interesse público. “Remover o post no Instagram limita o conhecimento da população sobre assuntos relevantes e a cobertura jornalística rigorosa”, declara.
O processo, que está sob segredo de justiça e tem o número 7037658-73.2025.8.22.0001, não envolve a InfoAmazonia. Portanto, a organização ainda não teve acesso aos documentos e não sabe quem são os autores da ação.
A reportagem continua disponível no site da InfoAmazonia e não é parte deste processo judicial.
Próximos passos
A InfoAmazonia planeja solicitar acesso ao processo e contestar a remoção do conteúdo. A organização acredita ser vital a transparência em decisões que afetam a disseminação de informações jornalísticas e considera que tais restrições representam uma ameaça à liberdade de imprensa.
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