Menino de 9 anos mata a mãe a facadas após discussão familiar

Uma tragédia chocou o bairro de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, na noite de quinta-feira (25). Caline Arruda dos Santos, de 37 anos, foi fatalmente ferida pelo próprio filho, um menino de 9 anos, durante uma discussão na casa do padrasto da criança. O incidente, que ocorreu na Rua Gaspar Leme, no Jardim Iporã, expõe as dificuldades enfrentadas por famílias em situações vulneráveis e reacende o debate sobre a prevenção da violência doméstica e a importância do apoio psicológico infantil.

Conforme relatos de familiares à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), Caline havia ido buscar seu filho na casa do padrasto quando uma discussão se intensificou. A briga surgiu após uma repreensão da mãe ao menino e rapidamente escalou. O garoto pegou uma faca de churrasco e atingiu o pescoço da mãe, causando ferimentos graves. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram chamadas e socorreram Caline, levando-a inicialmente ao Pronto-Socorro Municipal (PSM) Balneário São José, de onde foi transferida para o Hospital de Parelheiros. Infelizmente, apesar dos esforços médicos, ela não sobreviveu.

A Polícia Militar chegou rapidamente ao local e confirmou o ocorrido. O caso foi registrado como homicídio no 101º Distrito Policial (Jardim dos Imbuias), onde perícias estão em andamento para investigar as circunstâncias e possíveis fatores externos, como problemas familiares e exposição a conteúdos violentos. O menor, cuja identidade é protegida por lei, foi encaminhado ao Conselho Tutelar, em conformidade com o artigo 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A legislação brasileira impede a detenção ou aplicação de medidas sociais a crianças menores de 12 anos, priorizando intervenções de proteção e avaliação psicológica.

Essa abordagem legal, embora busque promover o desenvolvimento saudável da criança, gerou debates nas redes sociais e na mídia. Especialistas em psicologia infantil consultados por veículos como O Globo e Correio Braziliense apontam para a necessidade de investigações aprofundadas para identificar as causas do ato, como estresse familiar, falta de supervisão e exposição precoce à violência. “Casos como este exigem não apenas uma resposta imediata, mas também políticas públicas consistentes de apoio às famílias em risco,” destacou uma psicóloga em entrevista ao SBT News, ressaltando a importância de programas preventivos em comunidades carentes como Parelheiros.

O episódio se espalhou rapidamente nas redes sociais, com postagens no X (antigo Twitter) alcançando milhares de visualizações e comentários. Perfis como @CrimesReais relataram o ocorrido, acumulando mais de 79 mil visualizações, enquanto o @sbtnews compartilhou atualizações oficiais, gerando discussões sobre “o que está acontecendo com as novas gerações” e chamadas por mais investimento em saúde mental. Usuários expressaram seu choque e preocupação, fazendo referências a casos semelhantes recentes, como o de um menino de 8 anos em outra região do país, reforçando a percepção de um padrão alarmante de violência intrafamiliar.

Parelheiros, um distrito caracterizado por desafios socioeconômicos e alta vulnerabilidade social, fornece um contexto para o incidente. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a região enfrenta altos índices de famílias monoparentais e exposição a riscos ambientais, o que pode exacerbar tensões dentro de casa. Autoridades locais, incluindo o Conselho Tutelar, já iniciaram avaliações multidisciplinares para o menor, que ficará sob cuidados institucionais durante a investigação.

Esse trágico episódio destaca a urgência de ações preventivas. Organizações como o Fórum Brasileiro de Segurança Pública têm alertado para um aumento de 15% em casos de violência doméstica envolvendo menores nos últimos anos, atribuindo parte do problema à pandemia e à desigualdade social.

Especialistas sugerem a ampliação de programas como Brasil Sem Fome e centros de referência em saúde mental para mitigar riscos em áreas vulneráveis.

Fonte: Painel Político.