Imunização preventiva protege animais de doenças fatais

A perda prematura de cães e gatos devido a doenças infecciosas continua a ser uma preocupação em várias partes do Brasil. Segundo especialistas, isso está intimamente relacionado à falta de vacinação preventiva, especialmente em filhotes e animais adultos que não têm acompanhamento veterinário regular. Apesar dos avanços na medicina veterinária, ainda há milhares de animais que morrem anualmente por doenças que poderiam ser evitadas.

A imunização preventiva é considerada a maneira mais eficaz de diminuir a mortalidade entre os pets. Ana Elisa Arruda Rocha, médica veterinária e professora da Medicina Veterinária no UniCuritiba, destaca que a vacinação, combinada com cuidados clínicos adequados, pode transformar o cenário atual. “Apesar dos avanços na medicina veterinária, milhares de cães e gatos ainda morrem anualmente no Brasil por doenças que poderiam ser evitadas com a vacinação”, afirma.

Imunização preventiva protege animais de doenças fatais

Entre os cães, as principais causas de morte incluem a cinomose e a parvovirose. A parvovirose, altamente contagiosa, é responsável por quase metade das mortes de filhotes não vacinados nos primeiros meses de vida. A cinomose, por sua vez, apresenta uma taxa de mortalidade ainda maior em casos não tratados, podendo causar sequelas mesmo com intervenção médica. Nos gatos, a leucemia viral felina (FeLV) e a panleucopenia felina são as doenças mais preocupantes. “A vacinação é uma forma eficaz de prevenir doenças, mas muitos negligenciam esse cuidado e só buscam ajuda quando o animal já está em situação crítica”, ressalta Ana Elisa.

A falta de informação dos responsáveis e a dificuldade de acesso a serviços veterinários básicos agravam a situação. Em algumas cidades, há campanhas públicas de vacinação gratuita contra a raiva, mas outras vacinas essenciais não recebem a mesma atenção. “Apesar das dificuldades, vacinar sempre será mais seguro e menos custoso”, reitera a professora.

O custo da vacinação preventiva é considerado baixo em comparação com o tratamento de doenças já instaladas. “Nestes casos, serão necessários exames, medicamentos, internação e, em algumas situações, UTI veterinária. O tratamento pode ser extenso, caro e sem garantias de sucesso”, explica Ana Elisa. A recomendação é que os protocolos vacinais sejam personalizados, levando em conta a idade, espécie, raça, estilo de vida e saúde dos animais.

Para orientar os tutores, o médico veterinário Luís Felipe Kühl, professor e responsável técnico da Clínica Escola de Medicina Veterinária do UniCuritiba, destaca as vacinas imprescindíveis. “Vacinar é um ato de amor e responsabilidade”, afirma. Para cães, a vacina polivalente (V8 ou V10) protege contra cinomose, parvovirose, leptospirose, entre outras. Pode ser aplicada a partir dos 42 dias de vida, com reforço anual após a fase inicial. A vacina antirrábica é obrigatória em muitas regiões e deve ser administrada a partir dos quatro meses de idade. A vacina contra o Complexo Respiratório Canino é indicada para animais que frequentam locais com grande circulação de outros cães.

Nos gatos, a vacina polivalente está disponível em versões V3, V4 e V5, protegendo contra panleucopenia, rinotraqueíte, calicivirose, clamidiose e leucemia viral felina. O protocolo vacinal deve começar nos primeiros meses de vida, com reforço anual. A vacina antirrábica também é obrigatória para felinos.

Adotar protocolos vacinais completos e atualizados é fundamental para prevenir a disseminação de doenças e garantir a longevidade dos animais de estimação. A orientação dos profissionais é clara: a vacinação é o caminho mais seguro para proteger cães e gatos de doenças graves e fatais.