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Em entrevista à Rede Amazônica nesta quarta-feira (25), o governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha, compartilhou suas experiências durante a recente visita a Israel no contexto do conflito com o Irã. Ele e sua equipe retornaram a Porto Velho na última sexta-feira (20), após mais de uma semana no país.
A viagem tinha como propósito participar de um evento sobre inovação em segurança pública, convocado pela própria nação. O governador mencionou que a missão foi cumprida, mas o grupo precisou adiar a volta ao Brasil devido ao início dos confrontos.
Marcos Rocha durante a entrevista na Rede Amazônica. — Foto: Rede Amazônica.
“Havia mortes diariamente. Vimos mísseis passando por nós, ouvindo explosões e sendo rapidamente orientados a buscar abrigo em bunkers”, relatou Marcos Rocha.
Apesar do clima de tensão, ele disse que o grupo recebeu apoio total do governo israelense, podendo se deslocar em locais considerados seguros, como farmácias e mercados. “Fomos autorizados a ir ao mercado, onde atividades essenciais permaneceram abertas, contanto que houvesse um bunker disponível”, ressaltou.
Mesmo se sentindo seguro, o governador contou que estava preparado para emergências, carregando uma mala com alimentos e medicamentos. “Eu trouxe uma mala pequena com barras de cereal e água. As pessoas perguntavam por que eu estava com isso, então abria a mala para mostrar que tinha suprimentos para todos”, relembrou.
Em 18 de junho, após quase uma semana de tensão, o governador e um grupo de 28 pessoas conseguiram deixar Israel, fazendo a travessia terrestre para a Jordânia, seguida da Arábia Saudita, antes de retornar ao Brasil. “‘Medo’ não é algo que você considera no momento; só após a experiência é que você se recorda da família e amigos”, comentou.
Ele e sua equipe chegaram a Porto Velho no dia 20 de junho, em um voo comercial, onde foram recebidos por um grupo que aguardava seu retorno. No total, a viagem durou uma semana: cinco dias em Israel e dois dias de deslocamento passando pela Jordânia, Arábia Saudita e Brasil.
Entenda o conflito entre Israel e Irã e o cessar-fogo vigente
O cessar-fogo entre Israel e Irã entrou em vigor na madrugada desta terça-feira (24), conforme anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A imprensa iraniana também relatou que o Irã havia realizado seus últimos ataques antes do acordo.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou ter concordado com o cessar-fogo e que Israel havia alcançado seus objetivos de “neutralizar a ameaça nuclear e os mísseis balísticos do Irã”. Ele também mencionou que não havia mudanças nas restrições de segurança pública.
Agências de notícias, como a Reuters, confirmaram que veículos iranianos, como SNN e Press TV, anunciaram o cessar-fogo, que se seguiu a quatro ondas de ataques em áreas ocupadas por Israel.
Anúncio do acordo
Na segunda-feira (23), o presidente Donald Trump anunciou que Israel e Irã tinham chegado a um acordo para um cessar-fogo, que começaria a ser efetivo a partir de terça-feira (24).
O governo israelense ainda não havia confirmado oficialmente o acordo, enquanto o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que não havia qualquer acordo ou suspensão das operações militares, condicionado o compromisso do Irã à interrupção dos ataques israelenses até as 4h de Teerã – 21h30 de Brasília da segunda.
O cessar-fogo foi resultado de uma ligação entre Trump e Netanyahu, conforme relatado pela Reuters, com base em informações de um alto funcionário da Casa Branca.
Esse funcionário, que pediu para não ser identificado, afirmou que Israel concordou com a trégua desde que o Irã não lançasse novos ataques, o que o Irã indicou que faria.
Além disso, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial, Steve Witkoff, tiveram comunicação direta e indireta com os iranianos para facilitar o acordo.
Autor: g1 Rondônia Redigido por ContilNet.
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