OPINIÃO – Rondônia no prejuízo com divergências entre governador e vice | Política

Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 21/06/2025 às 10h04

PORTO VELHO (RO) – Nas últimas duas semanas, Rondônia enfrentou desafios políticos significativos, começando pela decisão do governador Marcos Rocha (União) de substituir Júnior Gonçalves na chefia da Casa Civil, posição que ele ocupou durante aproximadamente seis anos em mandatos consecutivos. Júnior desempenhou um papel crucial nesse cargo, sendo fundamental para a reeleição de Rocha em 2022.

Na eleição de 2018, Rocha teve José Jordan como vice, enquanto no segundo mandato ele se aliou a Sérgio Gonçalves, irmão de Júnior, vencendo no segundo turno o senador Marcos Rogério, líder do PL regional.

As eleições gerais do próximo ano incluirão a escolha do presidente, governadores e vices; duas das três cadeiras ao Senado para cada estado e o Distrito Federal, além das vagas na Câmara Federal e Assembleias Legislativas, com exceção dos cargos de prefeitos e vereadores.

O projeto político de Rocha está bem delineado desde sua reeleição, com a intenção de disputar uma vaga no Senado no próximo ano, exigindo sua renúncia seis meses antes das eleições. Sua esposa, Luana Rocha, que lidera a Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), planeja uma candidatura à Câmara Federal, enquanto seu irmão, Sandro, diretor-geral do Detran-RO, visa uma cadeira na Assembleia Legislativa.

Com a renúncia prevista de Rocha em abril do próximo ano, o vice, Sérgio, assumirá o governo e poderá se candidatar à reeleição. Ele tem manifestado publicamente o desejo de concorrer ao governo em 2026, uma oportunidade que pode trazer grandes chances de sucesso.

No entanto, como sempre, há pontos positivos e negativos.

Para substituir Júnior Gonçalves na Casa Civil, Rocha nomeou Elias Rezende, um aliado próximo. Recentemente, Rocha participou de uma missão oficial a Israel com outros governadores e prefeitos, mas a delegação ficou retida devido à guerra entre Irã e Israel, necessitando de abrigos temporários.

O governador tinha um prazo legal de 15 dias para deixar o país sem que o vice assumisse o cargo. Com a incerteza sobre seu retorno, os deputados se mobilizaram para modificar um item da Constituição, garantindo a legalidade da ausência de Rocha, que continuou no cargo mesmo fora do país.

Durante a ausência, o vice Sérgio expressou sua desaprovação à nomeação de Rezende, indicando claramente que, caso assumisse, o demitiria. Isso gerou a necessidade de regularizar a situação de Rocha no exterior.

Rocha voltou, e há grande expectativa sobre como ficará a administração do Estado na próxima semana. Sérgio, além de vice-governador, ocupa a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

As críticas de Sérgio a Rezende foram desnecessárias e inoportunas, considerando a confiança que ambos têm no governo. Isso criou uma situação desconfortável para a equipe, exigindo uma resposta firme de Rocha, que deve levar em conta o futuro político do grupo.

Caso Rocha decida não renunciar e continuar na candidatura ao Senado em 2026, o plano político da família precisará ser reavaliado. Assim, Luana e Sandro não poderiam concorrer a cargos eletivos devido ao grau de parentesco, representando um fim para suas aspirações políticas.

Rocha tem feito um bom trabalho, e Rondônia é um exemplo de investimento econômico, destacando-se na agricultura e na pecuária. É vital que o progresso continue. Rocha e Sérgio devem encontrar soluções para esse impasse, que impacta diretamente o futuro político, econômico e social do Estado.

Coerência e sensibilidade são essenciais na política. Que Rocha e Sérgio descubram a melhor forma de garantir que o Estado não sofra por divergências pessoais que afetam o bem comum.

Cautela e prudência nunca são demais…