O Ministério Público Federal (MPF) solicitou às Secretarias de Saúde de Rondônia e Porto Velho detalhes sobre as ações de prevenção e combate à febre do oropouche. Em 2024, Rondônia foi o segundo estado com mais casos da doença no Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde. Diante das respostas das secretarias, que informaram sobre iniciativas em andamento ou em desenvolvimento, o MPF iniciou um procedimento de acompanhamento, parte de uma ação nacional coordenada, considerando o aumento significativo da febre do oropouche no país.
Em sua resposta ao MPF, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) reportou que em 2023 foram registrados 2.079 casos suspeitos, com 37 confirmações e nenhuma morte. Em 2024, 5.519 casos suspeitos foram identificados em todos os 52 municípios de Rondônia, com 1.497 casos confirmados e também sem registros de mortes. Até 24 de março deste ano, foram relatados 1.297 casos suspeitos e um caso confirmado, sem mortes.
A Sesau comunicou ao MPF que está planejando revisar os protocolos para gestantes que adquirem a doença e que não há registros de anomalias congênitas relacionadas à febre do oropouche. A Secretaria também mencionou a realização de diversas capacitações para seus profissionais sobre arboviroses urbanas (como dengue, chikungunya e zika) e silvestres (oropouche, febre amarela e mayaro).
A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Porto Velho também respondeu ao MPF, indicando que em 2023 foram notificados 19 casos suspeitos de febre do oropouche na capital, com 7 confirmações. Em 2024, 1.053 casos suspeitos foram registrados, resultando em 324 confirmações. A Semusa atribuiu o aumento em 2024 à disponibilidade de exames para detecção da doença pela Fiocruz local e afirmou que até o momento não há registro de anomalias congênitas associadas à febre do oropouche.
A Semusa também destacou que está promovendo capacitações sobre arboviroses para seus profissionais e implementando medidas de prevenção e controle da doença.
Maruim – A febre do oropouche é uma doença viral transmitida principalmente pelo inseto Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. A doença é marcada por febre súbita, dor de cabeça, rigidez articular e dores no corpo. Em casos mais graves, pode evoluir para meningite.
Procedimento Administrativo de Acompanhamento nº 1.31.000.002254/2024-16
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