Com o intuito de promover práticas sustentáveis e integrar ciência, fiscalização e gestão pública, o governo de Rondônia, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), participou, na terça-feira (29), de uma reunião em Brasília no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Estavam presentes o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho; o secretário-adjunto da Sedam, Gilmar Oliveira de Souza; a diretora executiva, Ana Gabriela Rover Freitas da Cunha; a coordenadora do Manejo do Pirarucu, Chirlaine Varão; o gerente de Pesca e Aquicultura, João Batista Cordeiro; a assessora Thais Azevedo; e a professora doutora Carolina Dória, da Universidade Federal de Rondônia (Unir). A reunião também contou com a presença de representantes do Poder Legislativo de Rondônia, entre outros convidados.
GESTÃO, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
Durante o encontro, foram apresentados os resultados de estudos científicos sobre o manejo e controle do Pirarucu (Arapaima gigas) em áreas onde esta espécie é considerada invasora. O objetivo foi alinhar estratégias de gestão que estabelecerão diretrizes para regulamentar a erradicação do Pirarucu nas referidas regiões.
Nos últimos anos, o governo de Rondônia, por meio da Sedam, tem trabalhado para regulamentar a pesca do Pirarucu em áreas onde a espécie é considerada invasiva. Com base nos dados apresentados pela Sedam, em colaboração com a Unir, o Ibama anunciou que está elaborando uma portaria reconhecendo o Pirarucu como uma espécie exótica nas regiões onde é invasor.
PRESERVAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS
A professora Carolina Dória destacou os avanços nas pesquisas sobre a genética populacional do Pirarucu, ressaltando a necessidade de controle em áreas onde a introdução da espécie resultou em desequilíbrios ambientais. A apresentação técnica enfatizou a importância do manejo baseado em evidências científicas para a preservação dos ecossistemas afetados.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, destacou o papel do estado na formulação de políticas ambientais eficazes. “Estamos construindo uma agenda ambiental sólida, reconhecida nacionalmente. Os dados mostrados evidenciam que estamos investindo em soluções responsáveis. O manejo do Pirarucu invasor exemplifica como políticas públicas bem executadas geram resultados reais para o meio ambiente e para as comunidades que dependem da pesca sustentável,” afirmou.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
A coordenadora de manejo da Sedam, Chirlaine Varão, ressaltou a importância de compartilhar os resultados. “Apresentar esses dados é essencial para demonstrar a seriedade do nosso trabalho, fortalecer parcerias e visibilizar uma estratégia eficiente. O manejo na Reserva Extrativista (Resex) do Rio Cautário está se estabelecendo como um modelo nacional no combate a espécies invasoras,” afirmou.

O secretário-adjunto da Sedam, Gilmar Oliveira de Souza, em diálogo com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, informou que a portaria mencionada será publicada em 20 a 30 dias. “Esse avanço na legalização do controle da espécie representa uma resposta concreta aos estudos apresentados, proporcionando respaldo normativo e segurança jurídica,” destacou.
A diretora executiva reafirmou o compromisso da gestão com a transparência e os resultados técnicos. “Mostrar os resultados desde 2022 é fundamental para evidenciar nosso comprometimento técnico e ambiental. O trabalho na Resex do Rio Cautário se tornou um modelo nacional, reforçando a liderança de Rondônia na gestão de espécies exóticas invasoras,” afirmou.

Reunião com o ICMBio
Durante a visita em Brasília, foi realizada também uma reunião no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), onde foram discutidos os resultados dos manejo e estudos coordenados pela professora Carolina Dória. O consenso entre os presentes foi de que o Pirarucu é uma espécie invasora que desequilibra os estoques pesqueiros em diversas áreas.
Os dados da Resex do Rio Cautário foram amplamente debatidos e reconhecidos pelo ICMBio como um caso de sucesso em controle, sendo o projeto classificado como piloto, com resultados positivos que demonstram a eficácia do manejo adotado, posicionando Rondônia como referência nacional no enfrentamento de espécies exóticas invasoras.
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